sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

‘Já sofri o suficiente’


Ser dono da vida, algumas pessoas não entende isso. Hoje li uma reportagem sobre uma artista tetraplégica que optou por morrer. Não acho que ela seja uma fracaçada nem em momento algum pensei em criancinhas com câncer lutando pela vida, afinal, ela continuar viva não muda em nada a situação delas.
Pelo contrario, achei ela cheia de determinação.
Declaração dela:
- Eu estava em negação ao menos durante o primeiro ano, pensando que minha força de vontade seria o suficiente para curar-me. Minha ignorância me causou muito sofrimento. É por isso que eu acho importante dividir a minha história - escreveu Christine em seu blog, "Life Paralyzed" (o texto foi publicado dias após a sua morte).


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/artista-tetraplegica-fica-sem-comer-ate-morte-escreve-ja-sofri-suficiente-3985382.html#ixzz1mezlYLyH

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Às vezes me pego pensando em como seria se tudo fosse diferente, se meu presente agora fosse fruto de outras escolhas e até mesmo outros acasos no passado. Se o tempo fosse outro, se o mundo fosse outro, se a profissão fosse outra, se a família fosse outra, se a essência fosse outra... Outras possibilidades. E se minha mãe tivesse me dado para a pediatra quando eu era criança, se eu não tivesse levado uma reguada da professora quando criança ou se minha mãe tivesse feito algo a respeito, e se as escritas fossem verdade, e se eu não fosse sempre a ultima a ser escolhida, e se eu tivesse ganhado o primeiro lugar, e se...
Às vezes o real é tão pesado. Talvez pudesse ser de outro jeito. Paro e falo comigo mesma: "Porque não PODE ser de outro jeito?". Mas é tão difícil ter determinação suficiente quando a dor é continua e não me deixa esquecer.
Aí me pego sonhando com outra vida, com outras pessoas, outros sentimentos, onde você não desperdiça com ela todos os beijos que deveriam ser meus. E tudo muda de novo. Mesmo sendo tudo do mesmo jeito, mesmo sendo nós os mesmos de antes. Ou não seríamos mais nós mesmos? Seriamos outros? Realmente mudamos?
Indecisão? Ou seria exatamente o contrário? Talvez eu fosse decidida demais, é desse jeito. E ponto.
Pelo menos por enquanto. Até o querer ser do outro jeito. Até as asas quererem se abrir, ir para longe. Aí cometo os mesmos erros, sinto os mesmos sentimentos, a mesma raiva.
Mas não se pode voar para sempre, eu sei.
Porque não se pode ser adulta e responsável e ainda assim não perder o sopro da Juventude? Às vezes eu me pego sonhando acordada com outras realidades, outros mundos, outras pessoas, outras eus.

“I like playing in the sand what's mine is ours
If it doesn't remind me of anything” ♪

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

"Se eu não fizer novamente
não é por que eu me arrependi
mas porque eu entendi que não é pra mim" A.B.




Podem me acusar de tudo, menos de ser covarde. Eu tentei, por muito tempo, muito tempo, mas não deu certo. Porém, não é porque se está certo de uma decisão que ela não vá deixar de doer.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Borboletando


Não sei dizer como aconteceu, mas quando dei por mim ele estava ali, ocupando um espaço tão grande que sem ele eu não existiria.
Mas controladora do jeito que sou lutei contra, uma luta cansativa. Perdi, ou ganhei, depende do ponto de vista. O resultado foi diferente, com a entrega necessária para não dar mais valor ao que não tem qualquer valor. Satisfação de sentar na varanda, só para ver o final de tarde desfilando, porque acha agradável apreciar a mudança das cores em cenários tão conhecidos, que se tornam misteriosos enquanto o anoitecer acontece. Sem forçar, implorar ou obrigar. Sem pressa.
Gostaria de saber o segredo da paz, para parar de alimentar o meu lobo com rancor e ódio.
Gostaria de saber o segredo para manter essa suavidade por mais tempo do que me é permitido, porque a rotina grita histérica, em rigorosos horários, mil e tantas tarefas para um único dia. E essa azia que não me deixa esquecer que as coisas não vão bem.

Gostaria de viver um espetáculo diário, do qual, naquela época, eu não sabia da importância. Eu não sabia da importância de se ter tempo para se sentar e contemplar a vida acontecendo, mesmo que fosse de uma calçada qualquer.

Tem certas coisas que eu não sei dizer... ♪

Passei a minha vida toda fazendo isso, fingindo que não sentia, que não doía. Só que parecia mais fácil ver ele beijando outra, amando outra, andando de mãos dada com outra. E hoje sou até conformada e diria até feliz. Afinal, a vida dele tomou rumo, ele tem futuro agora. Só que agora é diferente, as peças do jogo são outras. É outra situação, me dói muito.

"Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer" ♪